A vida tem muitos ciclos. E tudo que nos é dado tem um significado que leva a um único objetivo: o amadurecimento. As nossas escolhas só determinam o caminho – da dor ou do amor – que nos tornará pessoas melhores ao final da jornada.
Se misturarmos vários tipos de pérolas em um pote, o especialista saberá identificar as que se formaram nos moluscos dos oceanos. As legítimas. Da mesma forma, o sábio distingue o efêmero do perene, dando o merecido valor às pérolas verdadeiras que Deus coloca no caminho para a nossa genuína riqueza e felicidade.
A vaidade e o egoísmo roubam o discernimento. Mesmo que se esteja cercado de boas venturas, razões para sentir-se um felizardo, a cegueira mental ofusca os tesouros. Disperso de Deus, o indivíduo é atraído pelas ilusões, numa visão míope da vida. Seus interesses podem custar o preço de velhas amizades, de um amor verdadeiro, família e tudo que deveria ser inegociável.
Quando se olha através da lente do egocentrismo, vê-se apenas o que está em primeiro plano. Uma percepção limitada da existência. Ninguém veio ao mundo para cuidar do próprio umbigo. Estamos aqui para contribuir com os que estão à nossa volta. Precisamos uns dos outros.
A autossuficiência é uma utopia. Quando se perde a capacidade de cuidar de si e falta lucidez para tomar as próprias decisões é que descobrimos se as pérolas que conseguimos preservar foram formadas nos moluscos dos oceanos. Na inutilidade, quando não se cultiva as relações, a solidão pode ser a única companheira. E só o tempo, senhor da verdade, pode trazer essa compreensão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário