O frentista desapareceu na tarde de 30 de setembro
Quatro
policiais militares foram indiciados em inquérito policial pelas
práticas de sequestro, tortura e assassinato do frentista João Paulo
Sousa Rodrigues, desaparecido desde o começo da tarde do dia 30 de
setembro passado, após ser abordado por uma patrulha da PM, na periferia
de Fortaleza. Até hoje, ele não foi encontrado.
As
investigações em torno do caso foram realizadas pela Delegacia de
Assuntos Internos (DAI) da Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos
da Segurança Pública e do Sistema Penitenciário (CGD). Embora em sigilo,
a apuração chegou à conclusão que quatro policiais responsáveis pela
abordagem à vítima teriam sido os responsáveis pelo crime.
Imagens
captadas por câmeras instaladas em via pública no local da abordagem
policial, na Avenida Cônego de castro, no bairro Parque Santa Rosa,
mostraram o momento em que o frentista segue em sua motocicleta e acaba
sendo parado por uma viatura Hilux da PM. Seria uma patrulha da Força Tática e Apoio (FTA) da 1ª Companhia do 14º BPM (Maracanaú).
Depois
de ser tirado da moto, o rapaz passou por uma busca de armas e, em
seguida, foi algemado e colocado num carro preto que parou logo mais à
frente da viatura
da PM. Desde então, João Paulo não foi mais visto. A família dele
espalhou cartazes com fotografias pelo bairro e fez várias
manifestações. Mas, até hoje, sequer o corpo do rapaz foi localizado.
Militares
As
investigações da Polícia culminaram na prisão de quatro PMs. Três
deles foram detidos primeiramente, sendo identificados como Francisco
Vanderlei Alves da Silva, Antônio ferreira Barbosa Júnior e Elidson
Timóteo Valentim. Os três foram detidos disciplinarmente e ouvidos na
CGD, onde negaram ter dado “sumiço” ao frentista. Alegaram que, após a
abordagem, o rapaz seguiu em um carro com um amigo.
Contudo,
as análises das imagens mostraram que o jovem entra no carro já
algemado, sendo entregue a um quarto homem, que, supostamente, seria
também policial militar, embora estivesse à paisana. Pela placa do
carro, a CGD chegou ao quarto militar e o prendeu. Trata-se de Haroldo
Cardoso da Silva.
Informações
extraoficiais revelaram que dias antes do desaparecimento do rapaz, ele
havia discutido com um homem no posto de combustível onde trabalhava e
a pessoa com quem ele “bateu boca” seria um policial, que o ameaçou.
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