Um
fato registrado na cidade de Quixelô vem gerando polêmica naquele
município. O carroceiro Pedro Costa da Silva decidiu transportar seus
três filhos
de carroça, até a escola onde as crianças estudam. Durante o percurso,
até a unidade de ensino que fica no centro, ele também conduz outras
crianças que pedem carona. Apesar de ser um transporte de carga, não
regulamentado, o ‘veículo’ puxado por tração animal é única alternativa
de transporte que eles têm.
Diariamente
ele percorre cerca de um quilômetro de sua residência, na Rua Manoel
Justino, até o prédio da Escola Estadual Gonzaga Mota, onde também
funciona a Escola de Ensino Fundamental José Maia Filho, no Centro. O
veículo cheio de crianças trafega pelas ruas, como se não houvesse
problema. Isso acontece há pelo menos 4 meses, desde que se separou da mulher
e ficou com a guarda dos três filhos. Como não tem outro transporte,
ele conduz as crianças de carroça. Os outros meninos, segundo ele, são
vizinhos que pedem carona.
“Tá
com três meses que faço isso. Eu fiquei com a responsabilidade deles e
venho fazendo isso todo dia, deixando aqui na escola. E os vizinhos
pedem pra eu trazer eles. Esse é o único transporte que eu tenho. Não
possuo moto, nem bicicleta. Só tenho essa carroça. De manhã venho deixar
e buscar depois da aula. Se eu não trouxer na carroça, como é que eu
posso fazer com meus filhos? Se eu deixar meus filhos sem estudar, como é
que vai ser? Vão cobrar de mim, não é? Ou trago a pé ou de carroça”,
disse.
Pedro Costa declarou ainda que também nunca recebeu nenhum dinheiro para o transporte dos alunos.
“Eu nunca tive nem tenho emprego em prefeitura. Nunca recebi e nem
recebo dinheiro de ninguém. Pode ser errado eu tá fazendo isso, mas é o
que tenho pra trazer. Sou analfabeto e faço isso por amor, para o bem
dos meus filhos”.
De acordo com informações do secretário de Educação
da cidade, Heber da Silva, a administração não tinha conhecimento do
caso. O secretário ressaltou que providências estão sendo tomadas no
sentindo de orientar que os pais evitem o transporte irregular de alunos
no município. “A prefeitura não disponibiliza transporte escolar para
alunos que residem e estudam na sede, já que as distâncias são pequenas.
Nós procuramos a família, procuramos nossa assessoria jurídica. E nunca
pagamos a ninguém a não ser a empresa que ganhou a licitação, que é
responsável pelo transporte escolar. Considerado que nós temos uma frota
pequena, apenas de nove veículos, que não dá conta de todas as rotas do
município. Na verdade tivemos uma conversa mais de conscientização, já
que infelizmente esse é o único meio de transporte que eles têm no
momento. Conversamos com ele para evitar que qualquer dano venha ferir a
integridade física dessas crianças”, ressaltou Heber.
Ainda
segundo o secretário, em todas as regiões do município, os veículos que
integram a frota do transporte escolar trafegam obedecendo a roteiros
instituídos como forma de beneficiar
estudantes das mais diversas localidades na zona rural. Ao todo são
vinte cinco rotas, que atendem 1.442 alunos da rede municipal de ensino
fundamental em Quixelô.
Fonte: Wandenberg Belém/ Via: Iguatu Noticias
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