Quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi eleito
para seu primeiro mandato, as pesquisas de opinião mostraram que o
desemprego e a fome eram as maiores preocupações dos brasileiros.
Chegando ao fim do governo mais popular da história recente, um novo
levantamento, feito em setembro pelo Instituto Datafolha, mostrou que os
dois maiores tormentos agora são a saúde e a segurança.
Sinal dos tempos, a campanha presidencial de 2010 quase deixou o tema
emprego passar em branco. Enquanto o Lula candidato prometia a geração
de 10 milhões de vagas formais, a presidente eleita, Dilma Rousseff, fez
questão de não fixar qualquer meta. Segundo o ministro Carlos Lupi, do
Trabalho, que participou do programa de governo de Dilma na área, a
ausência foi proposital.
“Ela não precisou e nem precisa prometer porque já está fazendo. O governo da Dilma é o da continuidade.”
De acordo com a Rais (Relação Anual de Informações Sociais), que
registra todas as contratações e demissões de empregados regidos pela
CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), pelo regime estatutário, dos
servidores públicos, além dos trabalhadores temporários e avulsos, a
expansão durante o governo Lula é incontestável. De 2003 até setembro de
2010 foram criados 14.725.039 empregos. Isso dá a Lula uma média de 1,8
milhão de postos de trabalho por cada ano de seu governo.
A comparação com os governos anteriores é quase injusta. Fernando
Henrique Cardoso criou 5.016.672 empregos em seus oito anos de mandato,
uma média de 627 mil. Itamar Franco, que governou de 1993 a 1994, gerou
1.394.398 postos – média de 697 mil. José Sarney, em seus cinco anos
como presidente, criou 3.994.437 empregos, marcando a segunda melhor
média (998 mil) dos últimos 30 anos. Fernando Collor, por sua vez,
deixou o governo com a extinção de mais de 2,2 milhões de postos de
trabalho.
Os 14,7 milhões de empregos gerados nos oito anos do governo Lula até
setembro deste ano, portanto, superam a soma dos empregos gerados nos
governos FHC, Itamar, e Sarney, que juntos são 10,4 milhões em 15 anos.
Isso sem contar com o fechamento de 2,2 milhões de vagas durante os três
anos do governo Collor, o que daria um saldo de 8,2 milhões de empregos
em 18 anos.
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